Ele roubou-lhe um beijo quando ela estava muito longe de
sequer imaginar. Nunca pensou que aquilo pudesse acontecer. Não com ele. Não
por iniciativa dele.
Deve ter ficado chocada, pois quase que o tratou mal e
mandou-o embora, não queria que ninguém visse.
Não pensou que os joguinhos passassem disso mesmo, jogos.
Brincadeiras engraçadas que lhes afagavam o ego, mas que eram só
isso.
Antes de ir embora, ele, provocador, disse-lhe ao ouvido que tinha
gostado do beijo. Teve como resposta um risinho nervoso e zero de palavras.
Aquilo não estava a acontecer.
Ela não estava apaixonada por ele mas aquilo mexeu com qualquer
coisa no seu interior.
Dias mais tarde encontraram-se.
Fluía a conversa, os risos, os sorrisos, os olhares… os
beijos. Daqueles perfeitos, que transportam os intervenientes para uma outra
realidade.
Ouviu coisas da boca dele que sabia não serem verdade mas
que, no fundo, até tinha esperança que fossem. Canção do bandido perfeita e ela
a não acreditar, acreditando.
Sabia não ser por mal que ele lhe dizia, entre outras
coisas, que tinha a certeza que se ia apaixonar. Assim como não era fingido da
parte dela dizer-lhe que não era pessoa de se deixar levar facilmente.
Ambos acreditavam no que estavam a dizer e ninguém os pode
culpar por isso.
Despediram-se para voltarem a ver-se muito pouco tempo mais
tarde. A última vez, sozinhos.
Por entre os beijos em que as bocas encaixavam na perfeição, ele disse-lhe que tinha pensado muito nela mas que tinha que controlar para lhe dizer alguma coisa. Ela disse para não se preocupar pois controlava-se pelos dois. Ele não acreditou.
E tinha razão. Em parte.
Ela sabe como se controlar. É,
inclusive, perita no assunto.
Só não consegue esquecer o que começou a sentir.
Suspiros. Montes de suspiros.
ResponderEliminarO amor aparece assim de repente, sem avisar. :)
ResponderEliminar